Guia para um acabamento perfeito

Um acabamento perfeito é aquele que é tão bom como novo. Por outras palavras, não deve ser distinguível da pintura original. O objetivo é fazer com que todo o trabalho seja rentável e valha a pena.

Os profissionais tendem a concordar que o tempo gasto na fase de preparação é um tempo bem gasto, especialmente porque a atitude geral no mercado é “nunca há tempo suficiente para fazer as coisas bem desde o início, mas há sempre tempo para as fazer de novo?

Repetir o trabalho custa sempre mais tempo e dinheiro do que fazê-lo corretamente desde o início. É por isso que a preparação da superfície é muito importante, tão importante como a aplicação, se não mais.

Preparação da superfície:

Na linha de montagem da fábrica, a tinta é aplicada sobre uma superfície lisa e limpa. O pintor tem de fazer o mesmo. Podes dividir o trabalho em diferentes fases:

Não se deve passar a uma fase sem que a anterior esteja concluída na perfeição. Isto assegura um fluxo de trabalho correto e poupa tempo e dinheiro.

Determinação do estado do substrato:

A primeira tarefa consiste em identificar o estado geral do substrato. Ignorar esta fase pode resultar em medidas corretivas muito dispendiosas, que podem incluir a remoção de toda a tinta nova e antiga.

Limpa bem a superfície antiga.
Inspecciona cuidadosamente. Normalmente, as superfícies horizontais são as primeiras a ser afectadas, pelo que é aconselhável começar por aí.
Observa o nível de brilho do acabamento. Um baixo nível de brilho pode significar defeitos microscópicos.
Verifica a aderência. Se necessário, podes riscar com uma faca (perto da área a repintar) a tinta antiga e ver se sai.
Determina o tipo de tinta que foi utilizado, utilizando a tabela seguinte como orientação.
A tinta está em bom estado:
Se a tinta existente não reagir ao teste do solvente e estiver em bom estado, podes pulverizar qualquer tipo de tinta por cima, se a limpares bem (utilizar Genclean 8281), soprares com ar comprimido e limpares com um pano.
N.B. A cera e o silicone podem penetrar por baixo da superfície e tornar-se muito difíceis de detetar. É por isso que, por vezes, se recomenda a adição de um agente de limpeza ou de um detergente à água utilizada durante a lixagem. Presta especial atenção às manchas causadas por alcatrão, gasolina, ácido de bateria, antigel e líquido dos travões. Estes produtos também podem penetrar por baixo da película de tinta e têm de ser lixados.
A pintura está em mau estado:
A maior parte dos defeitos são graduais e não podem ser resolvidos com uma simples repintura. De facto, a repintura normalmente acelera o processo. É por isso que a tinta original tem de ser removida e há duas formas de realizar esta tarefa: Usando uma lixadeira orbital ou um removedor de tinta. As lixadeiras são normalmente utilizadas para reparações de painéis. Podes começar por utilizar papel grosso e ir aumentando gradualmente. Os removedores de tinta são normalmente utilizados para grandes superfícies (normalmente é útil fazer riscos na tinta para acelerar a ação do removedor de tinta).
N.B.: Remove a tinta dos plásticos com uma lixa e da madeira com uma queimadura. O metal pode parecer limpo e brilhante, mas ainda tem poeira que pode atacar a tinta e diminuir a sua aderência. Na oficina, limpa a ferrugem, os vestígios de óleo, a gordura, a poluição, os resíduos alcalinos, os ácidos, etc. Também ataca o metal e melhora as propriedades de aderência.

Identificação da cor:

Consulta o código de cores do fabricante do automóvel. Utiliza o software GPC para extrair a fórmula (certifica-te de que tens a variante de tonalidade correta). Formula e pulveriza o painel de teste. Ajusta, se necessário, antes de pulverizar.

Lixa:

O objetivo da lixagem é duplo:

Obtém uma superfície lisa.
Obtém uma boa aderência entre demãos.
De um modo geral, é aconselhável aplicar uma camada de guia que ajude a determinar as áreas que já foram lixadas e as áreas que ainda precisam de ser lixadas. Podes utilizar uma camada de guia seca ou diluir uma cor contrastante (9:1) e pulverizar uma camada de névoa (evita cores vermelhas, castanhas e amarelas). Evita saltar mais do que um grau de lixa de cada vez.
Utiliza película ou papel de máscara adequados. Não utilizes jornais.

Técnica de pulverização:

A técnica de pulverização tem de ser aprendida e constantemente praticada.

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